SAÚDE COLETIVA: E A PSICOLOGIA?
De uma pandemia que deixou cicatrizes e perdas a um período soturno de constante ameaça à democracia e aos direitos humanos ou ainda a uma série de retrocessos em políticas públicas da área, a Psicologia no Brasil parece se encontrar diante de um momento que nos solicita ressignificação - do que se propõe a ser, do que é e do que almeja ser.
Nesse sentido, é imprescindível voltarmos nossos olhos à questão da saúde de forma abrangente - em especial, o sistema único de saúde brasileiro, sua história, constituição e perspectiva democrática. Para tanto, nosso desejo é a busca de um diálogo entre a Psicologia e o campo da saúde coletiva, compreendendo este como campo de ações e saberes voltados à promoção e proteção da saúde - investigando determinantes da produção social de doenças bem como da organização dos serviços de saúde e abarcando saúde como processo que envolve aspectos socioeconômicos, políticos, culturais, epidemiológicos, ambientais e demográficos. Soma-se a este debate a dimensão do cuidado, sendo entendida em sua mais ampla gama de significados na interface com a diversidade da população brasileira e os muitos aspectos vinculados à saúde. Nesse encontro interdisciplinar de saberes, experiências, áreas de conhecimento, culturas e formas de existência, o que a Psicologia em nosso país fez, faz e pode fazer perante a potencialidade de práticas de cuidado que impliquem a saúde na perspectiva coletiva?
Em virtude disso, a quinta edição do CONVEP, sob o tema “Saúde coletiva e práticas de cuidado: Resgates, percursos, perspectivas”, busca dar luz a questões da Psicologia no Brasil e refletir sobre maneiras de abordar as temáticas na formação e na prática.